3ª JORNADA DA BWIN LIGA

Há 3ª ronda novo treinador apresentado. António Conceição substituiu Hélio Sousa no comando técnico do Setúbal. Com pouco tempo de trabalho Toni ainda vai apalpando terreno. Apresentou, no entanto, algumas novidades. João Paulo (ex-Madalena dos Açores) na baliza, Julien (internacional sub21) como armador de jogo (estreia) e fez regressar Ademar. O Setúbal demonstrou outra confiança, mas só após as alterações ainda na 1ª parte e intervalo, conseguiu assumir o jogo. Amuneke foi um autêntico quebra-cabeças e assistiu Julien para o único golo. O Boavista entrou muito bem, mas na 2ª parte desapareceu.

Outros factos de relevo:
Líder. O Porto comanda o campeonato com três vitórias em outros tantos jogos. Os dragões não caíram na batalha com a Naval, vitória por 0-2. Após o jogo da Champions, Jesualdo Ferreira apresentou algumas alterações, com Postiga a titular. A constante mobilidade de Quaresma, Adriano e Postiga, abriram espaços para o Porto criar inúmeras oportunidades pela faixa central por Anderson e Lucho. Deste modo, foi, ainda, possível explorar as faixas laterais por Bosingwa e Cech, o primeiro assistiu para um autogolo e o segundo marcou mesmo. Paulo Assunção, esteve um pêndulo de fazer inveja, e Pepe dão grande equilíbrio à zona central do Porto. Helton teve seguro e B. Alves continua sem comprometer. Caso o Porto mantenha esta dinâmica de ataque terá de olear os mecanismos de (rápido) equilíbrio defensivo.

Primeira derrota do Sporting. No dia em que Portugal se qualificou para a fase final do Europeu de Basquetebol, a realizar em Espanha no próximo ano, Ronny decidiu fazer jus à modalidade e decidiu o jogo em Alvalade. O Paços de Ferreira apresentou-se, na 1ª parte, a jogar de igual para igual, mas depois do golo apenas preocupou-se em defender o resultado. O estado da relva de Alvalade (3 jogos em 5 dias) obrigou o Sporting a alterar o seu modo de atacar. Os leões circularam pouco a bola e, consequentemente, houve menor dinâmica dos jogadores sem bola e menos agressividade. Na 2ª parte o Sporting fez por merecer, sem dúvida, outro resultado. Foram inúmeras as oportunidades de golo não aproveitadas. Realce, ainda, para a importância de Djaló (estreia no campeonato) e Bueno na alteração de dinâmica do Sporting. Peçanha foi, pelas intervenções de qualidade, o homem do jogo.

1ª Vitória. O Benfica conquistou os três primeiros pontos ao vencer o Nacional, por 1-0. Os encarnados apresentaram melhor futebol, mas ainda evidenciam grande intranquilidade. Destaque para Simão que voltou aos jogos do campeonato e em plano satisfatório; bem como o grego Karagounis que esteve de saída – veremos se é para continuar com estas (ou melhores) exibições. Miccoli, após ter perdido uns quilitos fez a sua aparição; mais um trunfo, caso as lesões não apareçam. Luisão fez o golo e, por isso, está em destaque, ao qual se acrescenta Nuno Assis sempre a levar o Benfica para a frente. Também o Beira-Mar venceu pela primeira vez, 2-0 ao E. Amadora, com novo golo de Jardel e com Alcaraz a redimir-se do autogolo em Leiria.
Por sua vez, a U. Leiria surpreendeu o europeu Braga, no Minho, por 0-1. Os da cidade do Liz delinearam uma estratégia de contra-ataque, defendendo num bloco baixo, isto é, esperaram pelo adversário no seu meio-campo, concedendo o domínio ao Braga. Sougou tem sido o maior destaque da equipa; Harison está a subir de rendimento; e Paulo César já marca. O Braga só apareceu no jogo na 2ª parte, o que lhe custou 3 pontos. Por fim, o Setúbal venceu o Boavista, por 1-0.

Só derrotas. Nacional e E. Amadora encontram-se sem pontuar, mas em patamares exibicionais e de qualidade bem distintos. Os da Madeira têm 3 derrotas pela margem mínima com o Marítimo e os dois grandes de Lisboa. Não foram superiores aos adversários, mas o grupo tem qualidade e terá, obrigatoriamente, de afinar o processo ofensivo. Os amadorenses vão ter de sofrer muito e melhorar muito para se manterem entre os maiores. A época do ano passado não será repetida.

Empatas: Marítimo-Aves (0-0) e Académica-Belenenses(1-1) foram os jogos em que houve repartição de pontos. O Aves lá vai amealhando pontos, dois empates fora. O Marítimo perdeu grande oportunidade de triunfar jogando, quase 70’, contra 10. A Académica ainda não conseguiu vencer, enquanto os azuis do Restelo ainda não perderam. A Académica parece mais que se encontra em final de pré-época, dado o camião de jogadores novos que chegaram. Hélder Barbosa tem sido o grande destaque da briosa.

Expulsões. Continuam a ser em catadupa. Destaque para a de João Alves (Sporting), um jogador que ficou no banco e nem foi utilizado.
Melhor Marcador. Ronny aumentou o pecúlio para 4 golos, num tento que trouxe à memória Maradona.
Treinadores. Quando se perde (e mesmo quando não se ganha), lá estão os "misters" a falar da arbitragem. Carvalhal foi um deles. Num jogo em que o Braga perdeu por culpa própria e mérito do adversário não há fundamento. Para além do mais fica feio utilizar expressões de outro treinador (e os direitos de autor?). Carvalhal tem de ter outra postura, colou-se a Paulo Bento, mas já se tinha colado a Mourinho. Contrariamente Carlos Brito. Quando passou pelo Rio-Ave foi muito raro falar dos árbitros ao contrário da postura que adoptou no Bessa. Ai criticou sempre a arbitragem (ou quase: em mais de 90%, pelo menos) quando não ganhava. No Nacional quatro derrotas (contando a da Taça UEFA, também, por 1-0), porém, só tem abordado a sua equipa e a do adversário. Será para continuar?

Equipa da semana: Peçanha (P. Ferreira); Bosingwa (Porto); Luiz Carlos (P. Ferreiara); Luisão (Benfica) e Cech (Porto); Paulo Assunção (Porto), Nuno Assis (Benfica) e Julien (Setúbal); Sougou (Leiria), Jardel (Beira-Mar) e Amuneke (Setúbal).
Treinador da Semana: Jesualdo Ferreira (Porto)

Sérgio Ravara