LIGA BETANDWIN -- 31ª JORNADA

O F.C. Porto caminha a passos largos para o título nacional – vitória 1-0 sobre a U. Leiria. No jogo de rescaldo da vitória de Alvalade a equipa portista voltou ao 3x3x4 (sem Quaresma). Contudo, uma primeira parte descolorida levou a alterações na equipa e na estrutura. Com Jorginho encostado à esquerda, o Porto viu-se coxo desse flanco, uma vez que M. Cech não compensou em termos ofensivos as deambulações do brasileiro para o centro do terreno, sendo substituído ao intervalo. A U. Leiria jogou sem complexos mas sem criar perigo. Apenas realce para o desentendimento entre Paulo Gomes e Harison, em que o primeiro deu uma bofetada no segundo (haverá sumaríssimo?!?). Porém, ao terminar o 1º tempo Adriano fez o único golo do jogo (5º no campeonato, ao que se deve acrescentar 3 assistências). Na 2ª parte, o Porto apresentou-se em 3x4x3, com Benny M. encostado à ala direita e Alan no flanco esquerdo; Jorginho passou a jogar livre e a qualidade do futebol azul e branco, apenas evidenciada na 1ª parte em termos defensivos, melhorou até à expulsão de Lucho González. Destaque, ainda, para a boa exibição de Raul Meireles.
O Sporting só compareceu na Reboleira nos segundos 45 minutos, muito pouco para as ainda ambições leoninas. A equipa de Alvalade só criou oportunidades de golo no 2º tempo. As alterações apresentadas por Paulo Bento não surtiram os efeitos esperados por este. Sá após a entrada de Carlos Martins a equipa leonina passou a apresentar um futebol fiel aos seus interesses. O resultado foi justo e o Estrela da Amadora está prestes a garantir a manutenção no principal escalão nacional.
O Benfica, no Bessa, aproximou-se do 2º lugar. O jogo ficou marcado pelo regresso de Moreira aos convocados e pode, talvez, perspectivar-se o regresso à titularidade na próxima jornada. Uma primeira parte atribulada (2 substituições por lesão: Léo e William), numa etapa equilibrada, com duas oportunidades para a equipa da casa por intermédio de Paulo Jorge e João Pinto; o Benfica apenas dispôs de uma oportunidade de golo. No 2º tempo Koeman trocou Karagounis, muito individualista e conflituoso, por Geovanni. O Benfica melhorou e marcou cedo, num autogolo de Tiago, após livre de Simão. Miccoli esteve mais interventivo, bem como Manduca e Simão. Mantorras fez o 0-2, mas já antes o Benfica podia ter ampliado a vantagem. O Boavista irá travar uma luta renhida com o Nacional até ao final do campeonato pela última vaga uefeira. Mas para conseguir tal objectivo, certamente, terá de melhorar a qualidade do seu futebol e apresentar mais profundidade no seu futebol ofensivo.
No derby madeirense (ou seria mais correcto dizer sul-americano, com acentuada presença de jogadores brasileiros – alguns deles de qualidade duvidosa, como Valnei, central do Marítimo) a equipa da casa teve a sorte do jogo. Um jogo de qualidade bem razoável, com oportunidades repartidas na 1ª parte, 2 para cada lado, protagonizadas pelos respectivos pontas-de-lança: Zé Carlos (Marítimo) e André Pinto (Nacional). A etapa complementar abriu com um belo golo de Olberdam e, posteriormente, seguiu-se a resposta do Nacional com algumas oportunidades de golo não aproveitadas. O Marítimo em contra-ataque espreitava ampliar a vantagem, mas só o conseguiu nos últimos minutos por Marcinho (o melhor em campo). O Nacional apesar de se ter apresentado tranquilo não teve a sorte do jogo. A presença na UEFA em 2006/07 decide-se nos próximos dois desafios com Benfica e Boavista, ambos em casa. Por sua vez, o Marítimo quase garantiu a manutenção no escalão maior do futebol português.
Na luta pela manutenção, o Belenenses deu mais um passo em frente ao bater com toda a justiça o Vitória do Sado, mais preocupada em preparar a final da Taça de Portugal, na qual marca presença pela segunda vez consecutiva. Meyong foi a figura do encontro ao fazer um hat-trick, passando a liderar a lista de melhores marcadores da competição (17 golos). Sublinhe-se a curiosidade de dois dos três golos apontados pelo camaronês terem sido de grande penalidade a castigarem duas faltas do lateral direito Janício (uma mão e um derrube sobre Silas). O Belenenses foi uma equipa mais sólida relativamente ao jogo apresentado na Choupana, na jornada anterior, facto que se deveu sobretudo à presença de Sandro (castigado na jornada anterior). O Setúbal efectuou mais um “jogo-treino”, ideia reforçada pelas decisões tomadas pelo técnico Hélio.
A Académica com inúmeras ausências – a última marcada por processo disciplinar a Luciano (rescindiu contrato esta 2ª feira), apanhado à saída da discoteca às 7h no início da semana – começou da pior forma sofrendo o golo do Rio-Ave (Gaúcho), mas uniu forças para dar a volta por cima e golear a formação de Vila do Conde, por 1-4, com um bis de Gélson.
Também o Gil Vicente foi cantar de galo até à Figueira da Foz batendo inaplavelmente a Naval também por 1-4, com Nandinho a bisar.
No mesmo sentido, o Guimarães ganhou tranquilamente, por 3-1, ao despromovido Penafiel.
Por sua vez, o Paços de Ferreira deslocou-se a Braga na tentativa de angariar mais uns pontinhos na luta pela manutenção. Para o efeito, apresentou-se no seu esquema normal com 3 setas apontadas à baliza de Paulo Santos. Uma delas, Didi, inaugurou o marcador ainda no primeiro quarto de hora num belíssimo golo. O Braga em 4x4x2 (desdubrando-se em 4x3x3 quando atacava) teve algumas boas oportunidades: João Tomás, Wender e Vandinho podiam ter marcado para os locais. A 2ª parte começou com mais uma oportunidade de Didi e, seguidamente, num lance muito caricato, Júnior ampliou para 0-2. O Braga apostou tudo e apresentou uma postura à antiga, com muitos médios e avançados e quase sem defesas, criando algumas oportunidades, mas abrindo espaços para os ataques pacenses. Delibasic reduziu, mas logo de seguida Didi fez 1-3. De penalty João Tomás fez o 2-3. Um resultado que premeia a postura da equipa da capital do móvel que nunca “colocou” nenhum autocarro em campo.

Sérgio Ravara