domingo, agosto 20

FC PORTO VENCE SUPERTAÇA

Começou oficialmente a época 2006/07 com a disputa do primeiro troféu: Supertaça Cândido de Oliveira. No Municipal de Leiria, F.C. Porto e Vitória de Setúbal reeditaram a final da Taça de Portugal da época passada. Novamente, os azuis e brancos levaram a melhor e desta feita por três golos sem resposta.

O Porto em fase de transição técnica apresentou Rui Barros como treinador principal, decidindo este, e bem, manter a estrutura de jogo holandesa, poupando os jogadores a adaptarem-se, num curto espaço de tempo, a três concepções de jogo distintas.

Durante a 1ª parte os sadinos apresentaram-se defensivamente muito fortes, apostando na velocidade de Lourenço, Ademar e Varela para os contra-ataques, bem como nos lances de bola parada, obrigando Hélton a mostrar toda a sua classe e a justificar a titularidade. O Porto sentiu dificuldades, principalmente, pelo inexistente apoio dos defesas laterais, sempre bem marcados pelos avançados sadinos e, também, pela pouca mobilidade dos avançados, dificultando assim a criação de espaços na defesa sadina para as entradas dos médios, bem como, de espaços para Anderson brilhar. Das poucas vezes que os portistas circularam sem bola, Raul Meireles isolou-se, mas Marco Tábuas correspondeu com uma boa defesa.

Contudo, no 2º tempo assistiu-se a um Porto completamente diferente. Com maior dinâmica dos 4 jogadores mais ofensivos (Alan, Quaresma, Adriano e Anderson), sobretudo com constante permuta entre os últimos dois, o Porto criou mais espaços na defesa adversária e mais situações de perigo. Para além do mais, os laterais do Porto evidenciaram maior capacidade ofensiva (sobretudo Bosingwa), não existindo tanta oposição dos sadinos a cobrir as laterais, surgindo quer como extremos, quer como a meio-campo. O Setúbal não existiu em termos ofensivos no segundo tempo, sentindo enormes dificuldades perante um Porto com boa circulação com e sem bola. Assim, não foi de estranhar os golos dos campeões nacionais: grandes golos de Adriano (pontapé de bicicleta) e de Vieirinha (ganhou o 1x1 e chutou fortíssimo cruzado) e ainda belo aproveitamento dos espaços vazios por Anderson após boa assistência de Alan.

Pode-se apontar com aspectos mais negativos do jogo:
- o estado da relva;
- as exibições de Cech, com muitas perdas de bola; e de Quaresma, com pouca mobilidade, sem capacidade para jogar simples e a continuar a jogar com os cotovelos;
- incapacidade setubalense para cumprir tacticamente durante os 90 minutos e algumas falhas de concentração;

De mais positivo:
- os belos golos apontados pelos dragões;
- as dificuldades criadas pelo Setúbal na primeira parte e boa resposta dos dragões na etapa complementar;
- as exibições de Raul Meireles (pela qualidade constante) e Anderson (bela 2ª parte e com pormenores deliciosos);
- o lançamento de mais um jovem: Vieirinha – aposta clara de Rui Barros (foi ele que o recomendou ao ex-treinador do F.C. Porto).

Sérgio Ravara

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