BEIRA-MAR É CAMPEÃO
Repetindo o feito alcançado na época 05/06, o Beira-Mar conquistou o direito desportivo de subir de divisão, aliado ao título de Campeão Nacional da 2ª Liga Profissional de Futebol. Merecidíssimo, diga-se.
Esta terá sido das épocas mais atípicas do clube mais representativo do Distrito de Aveiro, facto que permite dar mais brilho à conquista do título, fazendo-o regressar ao principal campeonato do futebol português.
A época iniciou-se com Mano Nunes a liderar uma Comissão Administrativa que se debatia com enormes dificuldades, em especial de carácter financeiro. Ordenados em atraso, pagamentos feitos no limite para permitir a inscrição da equipa. No que concerne ao plantel muito havia que trabalhar, dado o número diminuto de jogadores que ficaram ligados ao clube. A política de contratações passou, então, por nomes algo desconhecidos para a 2ª Liga, treinador incluído e alguns empréstimos.
Cedo se verificou o carácter sério e a personalidade vincada do treinador madeirense Leonardo Jardim. Acabado de sair da 2ª divisão contribuindo para a subida de divisão do Desportivo de Chaves, o técnico impôs as suas regras e não admitiu discussões a esse respeito. De Chaves trouxe três jogadores desconhecidos (Rui Sampaio, Wang Gang e Élio) mas que, com o tempo, se revelaram de extrema importância, granjeando a simpatia dos adeptos e a cobiça de equipas da Liga principal. No plantel mantiveram-se jogadores de grande valia como os defesas Pedro Moreira e Kanu, os médios Djamal , Pedro Araújo e Artur e o atacante Fangueiro. A estes veio juntar-se o experiente defesa central Hugo e o ponta-de-lança Rui Varela. No acerto dos empréstimos, reconhecemos a regularidade do defesa esquerdo Igor Pita (Nacional da Madeira), mas também as prestações de Ysmahel Yartey (Benfica), Leandro Pimenta (Benfica) e Sidnei (Marítimo).
O campeonato começou mal para o Beira-Mar com duas derrotas a abrir (Sporting da Covilhã e Portimonense), porém o “barco” endireitou a proa e os resultados começaram a surgir. O Outono trouxe, porém, um dos piores períodos da época. A Comissão Administrativa terminou funções, os ordenados em atraso avolumaram-se. A ameaça de greve e as rescisões de contrato pairaram no ar durante algum tempo. A nível desportivo a equipa transcendeu-se somando vitórias. O técnico Leonardo Jardim procurou blindar o balneário, tendo por aliado o (ex) dirigente António Cruz, homem que deu sempre o “corpo às balas”. A falta de respeito pelo grupo chegou ao ponto de se criarem dificuldades para o treino, com um estranho a não permitir uma sessão de trabalho. Entretanto o presidente da Assembleia Geral, Artur Moreira, desdobrou-se numa tarefa fantástica de criação de outra Comissão Administrativa. Foram necessárias três sessões do órgão máximo do clube para, enfim, se encontrarem cinco beiramarenses que, apesar de “tesos”(designação sua) aceitaram o desafio.
A nível desportivo e após a 14ª jornada a equipa ascendeu ao primeiro lugar, sentindo que na retaguarda a nova Comissão Administrativa ia conseguindo o pagamento dos ordenados em atraso. A distância de sete pontos para o segundo classificado, a certa altura do campeonato, fez pensar com mais propriedade que a subida de divisão podia não ser uma miragem. Alguns precalços na parte final não abalaram a determinação do grupo de trabalho. Não foi surpresa a conquista da subida e do título de campeão. Estava anunciado, por quem não teve dúvidas – Leonardo Jardim.
Curiosamente, pela segunda vez consecutiva, festejou-se a subida à 1ª Liga de futebol no mesmo Estádio. Na época passada a União de Leiria veio a Aveiro “carimbar” a subida, cabendo agora ao Beira-Mar festejar no Municipal aveirense tal feito. Se não é inédito, andará lá perto.
TRÊS CAMPEÕES EM CACIA
Do grupo de trabalho que elevou o Beira-Mar à condição de campeão nacional, três elementos residem na Freguesia de Cacia. São eles: “Rei” Artur, excelente médio ala ofensivo, um dos melhores marcadores da equipa e produto da “cantera” beiramarense; Manuel Lopes, massagista, um dos responsáveis pela recuperação dos craques; Rui Marcos, guarda-redes que a meio da época rescindiu para se vincular ao Académico de Viseu.
EM EQUIPA QUE GANHA…
… Não se mexe! É dos compêndios futebolísticos. Referimo-nos, porém, a outra “equipa”, a directiva. Com eleições marcadas para o dia 5 de Junho, terminou no dia 17 de Maio a entrega de listas. De todos os quadrantes do Beira-Mar se reconheceu o grande trabalho da Comissão Administrativa liderada por António Regala. O pedido de continuidade desta “equipa”, agora na passagem a direcção, surgiu naturalmente. Depois de algumas reuniões, decidiram-se pela apresentação de uma lista, passando Mário Costa para a condição de presidente, enquanto António Regala vai ocupar o cargo de presidente-adjunto. Os outros três elementos, António Cruz, António Rodrigues Regala e João Silva vão ser vice-presidentes. A direcção vai ficar completa com mais dois elementos, ainda na designação de vice-presidentes. Um é o ex-secretário geral da Associação de Futebol de Aveiro, Fernando Vinagre, enquanto o segundo é Anastácio Oliveira.
A troca de lugares na presidência não constitui problema para esta equipa, por duas ordens de razão. Não vão trabalhar sob um regime presidencialista, mas colegial. A sua amizade de muitos anos, à qual se juntam outras actividades laborais, são factores que garantem o puro desenvolvimento do trabalho em equipa.
Nos dois outros órgãos também há garantia de continuidade. A Assembleia Geral será presidida por Artur Moreira e o Conselho Fiscal por Luís Leitão.
Esta terá sido das épocas mais atípicas do clube mais representativo do Distrito de Aveiro, facto que permite dar mais brilho à conquista do título, fazendo-o regressar ao principal campeonato do futebol português.
A época iniciou-se com Mano Nunes a liderar uma Comissão Administrativa que se debatia com enormes dificuldades, em especial de carácter financeiro. Ordenados em atraso, pagamentos feitos no limite para permitir a inscrição da equipa. No que concerne ao plantel muito havia que trabalhar, dado o número diminuto de jogadores que ficaram ligados ao clube. A política de contratações passou, então, por nomes algo desconhecidos para a 2ª Liga, treinador incluído e alguns empréstimos.
Cedo se verificou o carácter sério e a personalidade vincada do treinador madeirense Leonardo Jardim. Acabado de sair da 2ª divisão contribuindo para a subida de divisão do Desportivo de Chaves, o técnico impôs as suas regras e não admitiu discussões a esse respeito. De Chaves trouxe três jogadores desconhecidos (Rui Sampaio, Wang Gang e Élio) mas que, com o tempo, se revelaram de extrema importância, granjeando a simpatia dos adeptos e a cobiça de equipas da Liga principal. No plantel mantiveram-se jogadores de grande valia como os defesas Pedro Moreira e Kanu, os médios Djamal , Pedro Araújo e Artur e o atacante Fangueiro. A estes veio juntar-se o experiente defesa central Hugo e o ponta-de-lança Rui Varela. No acerto dos empréstimos, reconhecemos a regularidade do defesa esquerdo Igor Pita (Nacional da Madeira), mas também as prestações de Ysmahel Yartey (Benfica), Leandro Pimenta (Benfica) e Sidnei (Marítimo).
O campeonato começou mal para o Beira-Mar com duas derrotas a abrir (Sporting da Covilhã e Portimonense), porém o “barco” endireitou a proa e os resultados começaram a surgir. O Outono trouxe, porém, um dos piores períodos da época. A Comissão Administrativa terminou funções, os ordenados em atraso avolumaram-se. A ameaça de greve e as rescisões de contrato pairaram no ar durante algum tempo. A nível desportivo a equipa transcendeu-se somando vitórias. O técnico Leonardo Jardim procurou blindar o balneário, tendo por aliado o (ex) dirigente António Cruz, homem que deu sempre o “corpo às balas”. A falta de respeito pelo grupo chegou ao ponto de se criarem dificuldades para o treino, com um estranho a não permitir uma sessão de trabalho. Entretanto o presidente da Assembleia Geral, Artur Moreira, desdobrou-se numa tarefa fantástica de criação de outra Comissão Administrativa. Foram necessárias três sessões do órgão máximo do clube para, enfim, se encontrarem cinco beiramarenses que, apesar de “tesos”(designação sua) aceitaram o desafio.
A nível desportivo e após a 14ª jornada a equipa ascendeu ao primeiro lugar, sentindo que na retaguarda a nova Comissão Administrativa ia conseguindo o pagamento dos ordenados em atraso. A distância de sete pontos para o segundo classificado, a certa altura do campeonato, fez pensar com mais propriedade que a subida de divisão podia não ser uma miragem. Alguns precalços na parte final não abalaram a determinação do grupo de trabalho. Não foi surpresa a conquista da subida e do título de campeão. Estava anunciado, por quem não teve dúvidas – Leonardo Jardim.
Curiosamente, pela segunda vez consecutiva, festejou-se a subida à 1ª Liga de futebol no mesmo Estádio. Na época passada a União de Leiria veio a Aveiro “carimbar” a subida, cabendo agora ao Beira-Mar festejar no Municipal aveirense tal feito. Se não é inédito, andará lá perto.
TRÊS CAMPEÕES EM CACIA
Do grupo de trabalho que elevou o Beira-Mar à condição de campeão nacional, três elementos residem na Freguesia de Cacia. São eles: “Rei” Artur, excelente médio ala ofensivo, um dos melhores marcadores da equipa e produto da “cantera” beiramarense; Manuel Lopes, massagista, um dos responsáveis pela recuperação dos craques; Rui Marcos, guarda-redes que a meio da época rescindiu para se vincular ao Académico de Viseu.
EM EQUIPA QUE GANHA…
… Não se mexe! É dos compêndios futebolísticos. Referimo-nos, porém, a outra “equipa”, a directiva. Com eleições marcadas para o dia 5 de Junho, terminou no dia 17 de Maio a entrega de listas. De todos os quadrantes do Beira-Mar se reconheceu o grande trabalho da Comissão Administrativa liderada por António Regala. O pedido de continuidade desta “equipa”, agora na passagem a direcção, surgiu naturalmente. Depois de algumas reuniões, decidiram-se pela apresentação de uma lista, passando Mário Costa para a condição de presidente, enquanto António Regala vai ocupar o cargo de presidente-adjunto. Os outros três elementos, António Cruz, António Rodrigues Regala e João Silva vão ser vice-presidentes. A direcção vai ficar completa com mais dois elementos, ainda na designação de vice-presidentes. Um é o ex-secretário geral da Associação de Futebol de Aveiro, Fernando Vinagre, enquanto o segundo é Anastácio Oliveira.
A troca de lugares na presidência não constitui problema para esta equipa, por duas ordens de razão. Não vão trabalhar sob um regime presidencialista, mas colegial. A sua amizade de muitos anos, à qual se juntam outras actividades laborais, são factores que garantem o puro desenvolvimento do trabalho em equipa.
Nos dois outros órgãos também há garantia de continuidade. A Assembleia Geral será presidida por Artur Moreira e o Conselho Fiscal por Luís Leitão.
António José Bartolomeu